domingo, 9 de julho de 2017

O Escritor

O escritor como estudioso da condição humana: um voyeur, não no sentido sexual, mas no sentido mais tradicional de "aquele que vê"; "aquele que observa o que quer que seja, sem participar nem interagir com a dita observação, e sem ser observado por outros"; portanto, "o que observa, mas às escondidas" como um "investigador da humanidade". Quase como ver televisão. Quando vemos televisão (ou algo parecido) estamos a observar outros, sem nunca sermos vistos por eles. Mas perde-se todo este conceito, porque eles sabem que estão a ser observados, e portanto o comportamento deles é função do observador. Por isso, já não me lembro porque trouxe este assunto à conversa. Acho que só queria dizer que podemos olhar para o escritor como um excelente observador (e a televisão e outros meios desse género não contam como objeto de observação). A imprevisibilidade do dia-a-dia confere um caráter agudo à vivência humana, e através do voyeurismo o escritor capta alguns desses eventos tão cheios de material cru para explorar. Agora um pouco de trivia sobre o escritor desta perspetiva voyeurística:

Pode-se dizer que o habitat natural do escritor é todo o sítio onde ele apanhe de surpresa momentos da realidade humana (mas se por acaso encontrarem um escritor a observar-vos na casa de banho é porque provavelmente não é um escritor... 🚔);

Toda a pessoa que use óculos escuros é um potencial escritor (porque toda a gente sabe que o escritor é super cool 😎, ah e porque quer olhar para toda a gente sem que ninguém perceba);

O escritor faz tudo o que está ao seu alcance para não interagir com ninguém (para não arruinar momentos humanísticos, e não por vergonha ou qualquer outra razão parva 😨);

Chega de trivialidades por hoje e peço desculpa a todos os escritores (eu juro que pensei que isto fosse ser um post sério, vai ter ficar para uma próxima; só espero não ter arruinado este tema... ☺)

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