Que tranquilidade me dão os vossos cabelos,
A dançar perante mim,
Uma dança sem fim.
A dança serena enche-me a mente de algo leve,
Despida de simbolismo,
De rítmico niilismo.
Aqui tudo é real, tão tangível, mas inalcançável,
Nem quero alcançar,
Quero só olhar.
De aparência tão jovem e saudável os protagonistas
Interpretam a peça,
Antes que desfaleça.
Mas é então
Que a palavra
Não,
Vem e lavra
A calmaria da dança.
O meu olhar
Encontra de imediato
Um branco cabelo a ilhar-
-Se do resto com grande hiato.
É tudo o que vejo,
Não consigo apreciar a dança agora,
A então estrutura perfeita cai no solo,
Ou melhor, tropeça pelas imperfeições do ser.
Ah quão cego fui!
Não existe a dança serena,
Não quero mais procurá-la,
Não posso ver mais os cabelos brancos envelhecidos,
O Não apoderou-se do meu corpo e mente!
Não consigo imaginar como era a minha vida antes,
Não consigo deixar de dizer não,
Não te quero aqui Não!
Não te vais embora?
Não.
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