quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Comentários sobre os últimos 2 posts deste blog #15

Em jeito de resposta em relação ao meu último post (e o dele também), Abraão escreveu mais um texto aqui para o blog. Não sei se irei comentar este novo texto, mas devo escrever qualquer coisa amanhã ou assim, nem que seja para interpretar o enigmático conjunto de palavras que Abraão me deixou.

...

Não estava a pensar escrever aqui tão depressa, mas, por razões cívicas, vejo-me obrigado a escrever algumas notas sobre os últimos dois posts.

O Kinch decidiu fazer um exercício que, digamos, é bastante interessante. No entanto, cometeu alguns erros, ou pelo menos a mim parecem-me erros.

Analisar um texto em termos filosóficos é um exercício incomum mas que beneficia tanto quem o faz, como quem tem a oportunidade de analisar tal exercício. Mas existem vários elementos que compõem este exercício: o texto a ser criticado, a teoria a ser utilizada e o crítico. Penso que estes sejam os principais elementos.

Vamos então analisar o texto a ser criticado. Esse texto, que por coincidência é da minha autoria e que por isso contamina tudo o que está a ser escrito, foi um texto escrito apenas para, usando as palavras do Kinch, «quebrar aqui este nosso hiato». Não foi um texto escrito com grande ponderação nem com grandes esforços filosóficos. Acabou por ser um texto com algumas opiniões descritas sem rigor, e por isso, com erros.

Esta é apenas uma crítica que faço à crítica, não apontando como um erro. Utilizar um certo rigor filosófico para criticar um texto escrito sem intenção de ser rigoroso é pouco correto. Claro que esta é apenas a minha opinião. 

Vamos então aos erros. Um erro que é possível observar sobre toda a crítica é também um erro comum de se encontrar na nossa sociedade. O Kinch olhou para o meu texto com os seus olhos simplesmente, sem observar críticas implícitas e lendo o que quis da forma que quis. Isto encontra-se exemplificado na frase «Bem, acho que Abraão já se está a desviar extremamente do contexto linguístico.» Porque é que eu tinha apenas de me cingir ao «contexto linguístico»? Quanto à frase «Já me estou quase a perder também. »: eu não me perdi...

Um exemplo claro é a sua ponderação sobre a definição de omnipotente. Segundo o dicionário priberam, a palavra omnipotente ou é um adjetivo de dois géneros ou um substantivo masculino. E aqui o Kinch passou totalmente ao lado da crítica que eu quis fazer. Conhecendo a minha opinião sobre o género na língua portuguesa, e sabendo a minha opinião sobre a religião em geral, devia ter percebido a crítica. Eu não digo que este pormenor não seja uma idiossincrasia ou um sintomastismo da língua. Mas são exatamente este tipo de idiossincrasias e sintomismos que eu critico no post.

Depois o Kinch começou a tecer sobre a sua teoria. Algumas coisas não me parecem corretas mas, como não não conheço a teoria, também não me vou debruçar sobre o assunto.

Quanto aos potenciais paradoxos... Essa ideia até é interessante. Mas isso é o mesmo que dizer que se os EUA começarem a fabricar mais armas nucleares, tal não é um problema, mas sim um potencial problema... Ou seja, chamar-lhe paradoxo ou potencial paradoxo...

Depois Kinch fez mais umas quantas considerações. Algumas muito interessantes... Outras que me parecem contraditórias. Mas mais uma vez não me vou debruçar sobre o assunto...

Continuando a crítica de Kinch. «Revela inocência pensar que a linguagem tem um cariz universal, ou que todas as palavras têm de significar o mesmo para todas as pessoas.»... Se a linguagem foi criada como artifício para comunicar, como é que é suposto comunicarmos se diferentes pessoas têm diferentes significados para a mesma palavra? 

O objetivo de ter dicionários é sabermos a definição de uma palavra. A definição cultural dessa palavra. Cada um é livre de usar as palavras como quer, mas isso não elimina a definição cultural das palavras. Claro, podemos jogar com contextos e definições. Também existem as palavras de significados ambíguos ou dúbios... Mas vamos ser sinceros, sem sistematização não chegamos a lado nenhum.

Mas Kinch, a ti, adepto da liberdade linguística, desafio a interpretar a seguinte mensagem de amizade que deixo: Caneta de entidade rabiscar erros deus de do morte...

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